sexta-feira, 7 de setembro de 2012

PAIS HERÓIS

Pais heróis e mães heroínas..
Passamos boa parte de nossa existência cultivando estes estereótipos.
Até que um dia o pai herói começa a passar o tempo todo sentado, resmunga baixinho e puxa uns assuntos sem pé nem cabeça.



A heroína do lar começa a ter dificuldade de concluir as frases e dá de implicar com a empregada.
O que papai e mamãe fizerem para caducar de uma hora para outra?
Envelheceram....
Nossos pais envelhecem.
Ninguém havia nos preparado para isto.
Um belo dia eles perdem o garbo, ficam mais vulneráveis e adquirem umas manias bobas.
Estão cansados de cuidar dos outros e de servir de exemplo: agora chegou a vez deles serem cuidados e mimados por nós, nem que para isto recorram a uma chantagenzinha emocional.
Têm muita quilometragem rodada e sabem tudo e o que não sabem eles inventam.
Não fazem mais planos a longo prazo, agora dedicam-se a pequenas aventuras, como comer escondido tudo o que o médico proibiu.
Estão com manchas na pele.
Ficam tristes de repente.
Mas não estão caducos: caducos ficam os filhos, que relutam em aceitar o ciclo da vida.
É complicado aceitar que nossos heróis e heroínas já não estão no controle da situação.
Estão frágeis e um pouco esquecidos, têm este direito, mas seguimos exigindo deles a energia de uma usina.
Não admitimos suas fraquezas, seu desânimo. Ficamos irritados e alguns chegam a gritar se eles se atrapalham com o celular ou outro equipamento e ainda não temos paciência para ouvir pela milésima vez a mesma história que contam como se acabassem de tê-la vivido.
Em vez de aceitarmos com serenidade o fato de que as pessoas adotam um ritmo mais lento com o passar dos anos, simplesmente ficamos irritados por eles terem traídos nossa confiança, a confiança de que seriam indestrutíveis como os super-heróis.
Provocamos discussões inúteis e os enervamos com nossa insistência para que tudo siga como sempre foi.
Essa nossa intolerância só pode ser medo.Medo de perdê-los e medo de perdermos a nós mesmos, medo de também deixarmos de ser lúcidos e joviais.
Com todas as nossas irritações, só provocamos mais tristeza àqueles que um dia só procuraram nos dar alegrias.
Por que não conseguimos ser um pouco do que eles foram para nós ? Quantas noites estes heróis e heroínas passaram ao lado de nossa cama, medicando, cuidando e medindo febres !!
E nós ficamos irritados quando eles esquecem de tomar seus remédios e ao brigar com eles, os deixamos chorando, tal qual crianças que fomos um dia.
É uma enrascada essa tal de passagem do tempo. Nos ensinam a tirar proveito de cada etapa da vida, mas é difícil aceitar as etapas dos outros...
Ainda mais quando os outros são nossos alicerces, aqueles para quem sempre podíamos voltar e sabíamos que estariam com seus braços abertos, agora estão dando sinais de que um dia irão partir sem nós.
Façamos por eles hoje o melhor, o máximo que pudermos, para que amanhã quando eles já não estiverem mais aqui conosco...
...possamos lembrar deles com carinho, de seus sorrisos de alegria e não das lágrimas de tristeza que eles tenham derramado por nossa causa.
Afinal nossos heróis de ontem...
...serão nossos heróis eternamente...
"Uma pessoa permanece jovem na medida em que ainda é capaz de aprender, adquirir novos hábitos e tolerar contradições" (Marie Von Ebner-Eschenbach).

domingo, 15 de abril de 2012

O que mais importa




Qual foi o maior naufrágio da história?
Imagino que o primeiro nome que nos vem à mente é o do Titanic, transatlântico que há 100 anos, na noite de 14 para 15 de abril de 1912, afundou nas águas geladas do Atlântico, tirando a vida de 1500 pessoas.
Mas o Titanic não foi o maior, nem o segundo maior. Não está sequer entre os 5 primeiros.
O maior naufrágio da história, em termos de número de vitimas, foi o do navio Wilhelm Gustloff , no dia 30 de janeiro de 1945. Cerca de 10.500 civis, a maioria mulheres e crianças, fugiam da crueldade e voracidade do exército russo que adentrava a Polônia e Alemanha. Foi atingido por três disparos de um submarino soviético e naufragou, tirando a vida de 9.500 passageiros e mais de mil tripulantes.
Isto me lembrou de que nem sempre aquilo que recebe mais propaganda é, de fato, o maior ou mais grave.
E nem sempre é aquilo a que é dado maior atenção é o que realmente importa.
Às vezes os olhares se fixam em determinados problemas, como se fossem os maiores e únicos da sociedade. Enquanto outras questões mais graves ficam sob a superfície, esperando serem abordadas.
Isto também acontece com as coisas boas. Parece que o grande motivo de alegria é ganhar um aumento, ver o time ser campeão, aparecer na TV, ganhar um carro... Mas há coisas maiores e mais importantes. Um casal que se reconcilia, um filho que volta para seu pai ou sua mãe. Uma criança que é salva do aborto. Uma contribuição única no trabalho. Uma hora bem empregada de atenção e cuidado com quem amamos. Aquelas coisas que dificilmente ganham a primeira página...
Com a maior de todas as alegrias, isto acontece o tempo todo. Jesus entrega sua vida por toda humanidade - por sinal, numa grande tragédia, a da cruz. Mas frequentemente esta noticia fica no rodapé da pagina, enquanto quem ganha as letras gigantes são alegrias fugazes, frágeis, superficiais.
Mesmo assim, ela permanece como a maior de todas. Completa. Ao alcance. E, se os navios afundam quando têm seus cascos perfurados, nossa vida é diferente. Quando torpedos nos acertam, quando batemos e o coração começa a fazer água, não é preciso concluir que o naufrágio será certo. Cristo nos perdoa, restaura, e nos mantém na superfície, nos permitindo continuarmos a navegar na paz e certeza de seu amor.
Para podermos sempre dar atenção ao que realmente importa.

Fonte: Lucas André Albrecht.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

A Lição da Borboleta



Um dia, uma pequena abertura apareceu num casulo e um homem ficou observando o esforço da borboleta para fazer com que seu corpo passasse por ali e ganhasse a liberdade. Por um instante, ela parou, parecendo que tinha perdido forças para continuar.

Então, o homem decidiu ajudar e com uma tesoura, cortou delicadamente o casulo. A borboleta saiu facilmente. Mas, seu corpo era pequeno e tinha asas amassadas.

O homem continuou a observar a borboleta porque esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e ela saísse voando. Nada disso aconteceu.

A borboleta ficou ali rastejando, com o corpo murcho e as asas encolhidas e nunca foi capaz de voar!

O homem, que em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendeu que o casulo apertado e o esforço eram necessários para a borboleta vencer esta barreira. Era o desafio da natureza para mantê-la viva. O seu corpo se fortaleceria e ela estaria pronta para voar assim que se libertasse do casulo.Algumas vezes, o esforço é tudo o que precisamos na vida!

(Autor desconhecido).

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Tempo Bom




Tempo bom!

Sol brilhando, calor, dia ideal para praia ou um passeio. É o que podemos chamar de tempo bom, não?

Bem, nem sempre. Os agricultores do Rio Grande do Sul, por exemplo, diriam algo bem diferente. Tempo bom neste momento, é dia de chuva. Nem que seja com relâmpagos e trovoadas. O Estado passa por uma seca que ameaça comprometer em muito a safra do ano.

Quantas vezes, olhando para que os dias que vão adiante de nós, chegamos a pensar que seria de muito tempo ruim? Depois, olhamos para trás e vemos que, na verdade, foi um tempo bom. Tempo de aprendizado, humildade, reconhecimento, provação. Crescimento. O período de faculdade, um estágio probatório. Demissão de um emprego, fim de um relacionamento, crise á frente...Claro, o aspecto ruim existe. Assim como a chuva molha e incomoda. Mas traz benefícios que só ela pode dar.

É assim que pode ser vista a vida também olhando para amanhã. Estamos preocupados com uma decisão difícil? Angustiados por não termos segurança quanto ao emprego ou familia? Apavorados com o que ainda teremos que enfrentar? Podemos lembrar de que o horizonte que parece somente assustar vai nos trazer também momentos que têm muito a nos ensinar.

Nossa segurança para isso está no dia que tinha tudo para ser horrível, com um homem todo machucado, pregado numa cruz, abandoando por quase todos, mas que foi o maior e melhor dia da história. Aquele em que Jesus Cristo nos deu a oportunidade da colheita da vida eterna, dando sua própria vida. E nos plantando no terreno fértil do amor do Pai, para nos cuidar, proteger e dirigir, dando a certeza de um caminhar seguro, mesmo que trovões e relâmpagos queiram nos ameaçar.

Ao olhar para o horizonte, portanto, podemos seguir caminhando com esta certeza que Ele nos dá. Não precisamos nos preocupar tanto em detectar se o tempo será ruim ou será bom.:

Pois quem tem fé carrega o tempo bom dentro de si.

Texto de: Lucas André Albrecht

Foto: Terra (Alessandro Buzas/Futura Press)