segunda-feira, 28 de setembro de 2009

COMO NOSSOS PAIS


Sempre me pergunto, porque meu Deus me deste tanta alegria, me deu a mulher dos meus sonhos e não se contendo ainda me mandou mais três filhas maravilhosas, lindas, companheiras, objetivas e amáveis.Está certo que o coração fica apertado quando a mais velha tem que ir para a faculdade em uma cidade distante, mas ela tem que correr atrás do sonho dela e eu apoio de todo o gosto.
Mesmo assim ainda tenho mais duas em casa, cada qual com suas características e personalidades individuais que se completam com a esposa que tenho.Para lembrar de todas elas, basta ouvir alguma música de gosto unânime, sim pois sem qualquer influência minha acabaram por gostar dos mesmo estilos de música que gosto.
Fico muito feliz quando a minha filha mais nova chega em casa e comenta que a professora citou o nome de algum músico e comentou que eles não conhecem pois não são de sua época, ao citar o nome ela sempre surpreende a professora dizendo que além de conhecer ainda canta algumas músicas deste cantor ou cantora, isto já aconteceu com a minha segunda filha também.
Como pessoas de menos de 18 anos conhecem músicas de Chico Buarque, Tom Jobim, Elís Regina e outros? Sim por ouvirem e se interessarem pelas letras passaram a conhecer e admirar este tipo de música, obrigado senhor por permitir que elas conhecessem este lado da cultura brasileira.

Não quero lhe falar,
Meu grande amor,
Das coisas que aprendi
Nos discos...

Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...

Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...

Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...

Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...

Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...

Hoje eu sei
Que quem me deu a ideia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo,
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...

Escrito por Romildo.

Como nossos Pais: Elis Regina

Imagem: http://www.deviantart.com/

sábado, 19 de setembro de 2009

MATRIMÔNIO


Matrimônio o casamento, união de duas pessoas perante a sociedade e perante Deus!

Quanto responsabilidade, respeito ao próximo, preocupações, paciência, alegria, emoção, paixão, namoro e amor.
Estamos para completar Bodas de Prata. Nesses quase vinte e cinco anos de casamento, com muito amor! Estou longe de ser um bom marido, mas a cada dia me esforço ao máximo...Tenho muito a melhorar, tenho de ser mais santo, mais paciente, mais carinhoso. Sinto-me ainda longe disso, pois o modelo que estou mirando é Jesus: "Maridos, amai a vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela" (Ef 5,25)...O matrimônio é um desafio, pois a todo o momento temos que perdoar e pedir perdão.
A cada dia temos que buscar forças em Jesus, pois sem Ele nada podemos fazer (Jo 15,5), aprendemos isto com o ECC ( Encontro de Casais com Cristo) e temos constantemente tentado aplicar em nossas vidas com nossas filhas e toda a família, não posso negar que muitas vezes bate o desânimo a vontade de parar com tudo por alguma coisa ou acontecimento fora dos princípios do ECC que acontece dentro do próprio movimento ou mesmo em nossas vidas pessoais.
Por que muitos casamentos não têm ido adiante? Porque o egoísmo tomou conta do casal. É o "cada um por si" que vigora. Estamos na sociedade do descartável: copo descartável, prato descartável, etc. Pessoas não são descartáveis, porém, o que não é descartável precisa ser cuidado para ser durável.
O mundo precisa do testemunho dos casais de que o matrimônio vale a pena! E, para que isso aconteça, é necessário um cuidado amoroso e carinhoso por parte do marido e da esposa. Ambos têm o dever de cuidar um do outro com renovados gestos de carinho e perdão diariamente.
Quando Paulo se despedia dos cristãos em Éfeso, sitou uma bela frase de Jesus (que, aliás, não está nos Evangelhos): "É maior felicidade dar que receber" (At 20,35).Quando se descobre isso no matrimônio, se descobre o princípio da felicidade.
Aos solteiros e aos que ainda não se casaram, quero dizer o seguinte:
"Se você estiver pensando em casar para ser feliz, não se case! Fique como está, solteiro mesmo". Mas, se sua intenção é casar para fazer alguém feliz, case-se e você será a pessoa mais feliz do mundo! O segredo da felicidade é fazer o outro feliz! Quem disse isso foi Aquele que mais entende de felicidade: "JESUS".

Escrito por Romildo.
Imagem: Cidade do Anjos (Deskpaper.com)

domingo, 13 de setembro de 2009

VENDE-SE TUDO


No mural do colégio da minha filha encontrei um cartaz escrito por uma mãe, avisando que estava vendendo tudo o que ela tinha em casa, pois a família voltaria a morar nos Estados Unidos. O cartaz dava o endereço do bazar e o horário de atendimento. Uma outra mãe, ao meu lado, comentou:- Que coisa triste ter que vender tudo que se tem.- Não é não, respondi, já passei por isso e é uma lição de vida.Morei uma época no Chile e, na hora de voltar ao Brasil, trouxe comigo apenas umas poucas gravuras, uns livros e uns tapetes. O resto vendi tudo, e por tudo entenda-se: fogão, camas, louça, liquidificador, sala de jantar, aparelho de som, tudo o que compõe uma casa. Como eu não conhecia muita gente na cidade, meu marido anunciou o bazar no seu local de trabalho e esperamos sentados que alguém aparecesse. Sentados no chão. O sofá foi o primeiro que se foi. Às vezes o interfone tocava às 11 da noite e era alguém que tinha ouvido comentar que ali estava se vendendo uma estante. Eu convidava pra subir e em dez minutos negociávamos um belo desconto. Além disso, eu sempre dava um abridor de vinho ou um saleiro de brinde, e lá se iam meus móveis e minhas bugigangas. Um troço maluco: estranhos entravam na minha casa e desfalcavam o meu lar, que a cada dia ficava mais nu, mais sem alma. No penúltimo dia, ficamos só com o colchão no chão, a geladeira e a tevê. No último, só com o colchão, que o zelador comprou e, compreensivo, topou esperar a gente ir embora antes de buscar. Ganhou de brinde os travesseiros..Guardo esses últimos dias no Chile como o momento da minha vida em que aprendi a irrelevância de quase tudo o que é material. Nunca mais me apeguei a nada que não tivesse valor afetivo. Hoje me desfaço com facilidade de objetos, enquanto que torna-se cada vez mais difícil me afastar de pessoas que são ou foram importantes, não importa o tempo que estiveram presentes na minha vida... Desejo para essa mulher que está vendendo suas coisas para voltar aos Estados Unidos a mesma emoção que tive na minha última noite no Chile. Dormimos no mesmo colchão, eu, meu marido e minha filha, que na época tinha 2 anos de idade. As roupas já estavam guardadas nas malas. Fazia muito frio. Ao acordarmos, uma vizinha simpática nos ofereceu o café da manhã, já que não tínhamos nem uma xícara em casa.Fomos embora carregando apenas o que havíamos vivido, levando as emoções todas: nenhuma recordação foi vendida ou entregue como brinde. Não pagamos excesso de bagagem e chegamos aqui com outro tipo de leveza..... só possuímos na vida o que dela pudermos levar ao partirÉ melhor refletir e começar a trabalhar o DESAPEGO JÁ !

Martha Medeiros

sábado, 5 de setembro de 2009


Porque Sofremos


Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade..
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

Carlos Drummond de Andrade